Ser
campeão brasileiro é o sonho de consumo de atletas, treinadores e suas
comissões técnicas, pais, torcedores, etc. A semana que encerrou trouxe à
Campina Grande o orgulho de ter uma equipe campeã. Com a obstinação de seu
treinador, Fábio Luiz, o Treze conseguiu reunir um grupo talentoso. As
desconfianças eram muitas e por parte de todos, visto que devido ao ano repleto
para Fábio, com preparação para as Paralimpíadas, suas obrigações no CAD, AABB
e o mais novo cargo à frente da seleção de futebol de cinco, não houve tempo
para adequada preparação.
Entretanto, viu-se o empenho de todos. Atletas jovens de Campina
e algumas apostas, aliadas à atletas de outros centros e acima de tudo, muita
vontade para superar as visíveis dificuldades, fizeram com que este grupo fosse
campeão.
Assisti alguns jogos, dentre eles a
partida inaugural que repetiu-se na final. Cheguei a comentar que o Cajuína/PI
estava bastante à frente dos demais concorrentes. Com um jogo bastante
consistente, compactado, os piauienses davam mostras na primeira fase que não
apenas conquistariam o acesso, como também o título. Pelo lado alvinegro,
via-se um grupo qualificado mas ressentido de uma melhor preparação, conforme
descrito. Este cenário foi alterado e compartilhei desta informação com meu
amigo roraimense Osmar Júnior, irmão do Olano, treinador do Constelação/RR, por
ocasião das semifinais. Mesmo não acompanhando a partida Cajuína 5-5 Catolé e
assistindo à vitoria trezeana diante da AABB por 3 a 1, reformulei minha
opinião.
O Cajuína que sobrara na fase de classificação, teve muitas dificuldades
para passar pelo Catolé, que em minha opinião é bastante limitada em que pese à
garra de seus atletas. O Treze por sua vez, jogou com melhor desenvoltura,
realizando sem sombra de dúvidas a melhor partida até então.
Devido aos meus compromissos não pude
presenciar á final entre paraibanos e piauienses. Soube, no entanto, que o
Treze apesar do gol sofrido no início, foi de uma determinação e aplicação que
superaram todas as outras limitações. A conquista representa muito para os
envolvidos. Àqueles que estavam vindo de João Pessoa à Campina Grande
diariamente, que nunca deixaram de acreditar um único momento. A torcida
campinense composta por muitos ligados ao Futsal foram ao êxtase com esta
marcante conquista.
Citar nomes é algo que pode nos proporcionar o desconforto de
algumas ausências, porém correrei este risco. Fábio e sua obstinação junto com
sua comissão técnica. Entre os atletas tive como alunos anos atrás Marcel e
Marwin. Cada um deles à sua maneira fez com que este sonho fosse concretizado,
mas nenhum deles para mim é tão amigo e especial como João Neto. Jovem,
dedicado e exemplo de comprometimento e superação. Espelho do esmero de seus
pais Ricardo e Ana Helena. João buscou ao longo de anos a fio esta
conquista.
Estão todos de parabéns. Espero que o título traga bons ventos
ao nosso Futsal e que o próprio Treze que pouquíssimo contribuiu para este
feito, financeiramente falando, e as autoridades possam fazer algo de
proveitoso por nosso esporte e não apenas aproveitem-se dos louros da vitória
visando autopromoção. Apenas quem milita no meio, sabe o quão difícil e
dispendioso é lidar com o esporte sem apoio.
Postado no site: www.ligaborboremadefutsal.com.br/colunaopinião por Giovanni Montini